Notícias

Agência alerta para a dívida das empresas

A diretora para Ratings Soberanos da Standard & Poor's, Lisa Schineller, demonstrou apreensão quanto à situação de endividamento do setor privado no Brasil durante participação em um painel em evento promovido pela Câmara de Comércio Brasil-EUA. "A questão é o setor privado", advertiu para uma platéia composto por investidores e empresários. Lisa destacou o aumento das pressões sobre a economia ao mesmo tempo em que o setor privado tem vulnerabilidades externas maiores, uma vez que, "no próximo ano, tem mais de US$ 200 bilhões em pagamento de principal e cerca de US$ 10 bilhões no restante deste ano". "Estamos olhando para o setor privado e para o setor de bancos. Nas últimas semanas rebaixamos companhias que têm exposição a derivativos e tiveram grandes perdas", observou. Lisa cita o que considera pontos fortes do setor bancário brasileiro, como o nível de capitalização, mas reconhece que os bancos pequenos estão sob pressão de liquidez. "Estamos olhando com cuidado para eles", reiterou. A analista notou que é preciso manter em mente que o crescimento no crédito está pouco abaixo de 40% do PIB. Neste sentido, a S&P está olhando para o endividamento do setor privado para ponderar as conseqüências no caso de o governo federal precisar ajudar na dívida do setor privado. Neste caso, a instituição acompanha os chamados non performing loans, que são financiamentos que não estão gerando recuperação do valor emprestado, ou em default. Como o sistema brasileiro é um dos mais fortes da região, a analista calculou que, no caso de um eventual socorro federal para fazer frente aos non performing loans, a ajuda, no pior cenário, adicionaria 10 pontos percentuais do PIB ao estoque da dívida. "Na Venezuela, que tem sistema bancário mais fraco, [uma ação do governo] aumentaria o estoque da dívida do país em 20 pontos percentuais do PIB", comparou. A diretora da S&P ressalvou que a agência de classificação de riscos deu o grau de investimento para o País, "assumindo que o ambiente global não seria tão benigno e acreditando que governo teria ferramentas para se ajustar em situação difícil". "As ações do BC mostram a força da instituição, com resposta apropriada em situação difícil", disse. No setor público, Schineller enfatizou a "magnitude da melhora" no País. "No setor público, a relação dívida externa/ativos líquidos caiu de mais de 100%, em 2002, para uma posição de credor líquido, equivalente a -35% atualmente. Esta é uma mudança dramática", afirmou. No momento atual, com aperto de liquidez, a analista estimou que as necessidades de financiamento do governo estão em 60% das reservas externas.
voltar

Links Úteis

Indicadores diários

Compra Venda
Dólar Americano/Real Brasileiro 5.801 5.8015
Euro/Real Brasileiro 6.0398 6.0478
Atualizado em: 22/11/2024 18:59

Indicadores de inflação

08/2024 09/2024 10/2024
IGP-DI 0,12% 1,03% 1,54%
IGP-M 0,29% 0,62% 1,52%
INCC-DI 0,70% 0,58% 0,68%
INPC (IBGE) -0,14% 0,48% 0,61%
IPC (FIPE) 0,18% 0,18% 0,80%
IPC (FGV) -0,16% 0,63% 0,30%
IPCA (IBGE) -0,02% 0,44% 0,56%
IPCA-E (IBGE) 0,19% 0,13% 0,54%
IVAR (FGV) 1,93% 0,33% -0,89%